Na manhã dessa quarta-feira, 21 de setembro, profissionais da enfermagem da região do Cariri se uniram à paralisação nacional que cobra o piso salarial da categoria. Depois de terem se concentrado em frente à Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte/CE, eles saíram em caminhada rumo à Praça Padre Cícero.
O piso, estabelecido pela Lei 14.434, estipula que os (as) enfermeiros (as), não podem receber menos do que um salário de R$4.750,00. Tal conquista é fruto de uma luta de mais de trinta anos dos profissionais. O ato foi uma resposta à decisão do ministro Luís Roberto Barrozo do Supremo Tribunal Federal (STF), de manter suspensa a Lei do piso. Por uma votação de 7 votos a 4 na suprema corte, no dia 16 de setembro, a suspensão foi prolongada por mais 60 dias. A liminar apresenta a justificativa de que esse prazo serve para a análise dos impactos financeiros nos entes públicos e privados da área da saúde.
“Infelizmente, os patrões, com artimanhas, juntamente com os prefeitos à nível nacional, entraram com essa liminar contra nossa categoria. Nós nunca abandonamos o povo e nesse momento, nós estamos pedindo o seu apoio, população, porque é muita desvalorização”, afirmou o enfermeiro Rafael Lopes. “O STF não deu oportunidade dessa categoria, que esteve à frente da pandemia, ser ouvida”, exclamou.
As manifestações do dia 21 de setembro foram realizadas por todo o Brasil. No Cariri, o fato dela ter iniciado em frente à Prefeitura de Juazeiro não foi algo escolhido de forma aleatória. Hierarquicamente, apesar da lei do piso ter sido sancionada pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, são os prefeitos municipais que a implementam. “A previsão para a implementação do piso nos municípios estava definida apenas para o próximo ano, porque existe a Lei Orçamentária Anual (LOA), mas isso não impede dos municípios de implementarem, algumas prefeituras do Brasil já implementaram, mas nenhuma do Cariri fez isso”, explicou o diretor do SindSaúde Ceará, Elieudo Martins.
Uma luta para toda a categoria. Rizoneide dos Santos é estudante de enfermagem e deve se formar no próximo ano. “Eu nem sou formada ainda, mas eu estou aqui pelos que já são, pelos que trabalham noite e dia, então isso daqui é uma luta por eles e pelo meu futuro”, declarou a estudante. A mobilização se encerrou por volta das 11h, na Praça Padre Cícero.
Denilson Rodrigues
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