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Às 2h35 pelo horário de Brasília, desta segunda-feira, 21 de abril, foi anunciado o falecimento de Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco. O pontífice morreu aos 88 anos, após enfrentar problemas de saúde, nos últimos meses. A causa da morte, divulgada às 15h (pelo horário de Brasília), foi um AVC e insuficiência respiratória.
O anuncio foi feito por Kevin Farrell, Cardeal Carmelengo da Igreja. “Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 [horário local] desta manhã, o bispo de Roma, Francisco, voltou para a casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo de verdadeiro discípulo do senhor Jesus, encomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Uno e Trino”, afirmou.
O Papa Francisco esteve à frente da Igreja Católica por 12 anos, sendo o papa número 266. Ele se recuperava de uma pneumonia nos dois pulmões, situação que o fez internado por cerca de 40 dias. Há um mês, ele teve alta e estava sob cuidados médicos. Sua última aparição foi nesse domingo de Páscoa, 20 de abril, onde abençoou os fiéis que estavam na Praça de São Pedro.
O Inspetor Salesiano do Nordeste, Padre Francisco Inácio afirmou: “recebemos consternados esta notícia, mas com o coração cheio de esperança, porque o Papa tinha dito a todos nós, na abertura do Ano Santo, de termos esperança. Portanto meus irmãos e irmãs, é um dia de primeiramente agradecer a Deus pelo dom do pontificado do Papa Francisco, marcado sem dúvida por uma sensibilidade muito grande ao frescor do Evangelho, aos pobres. Aos pobres, aos pequenos, aos simples, ao corajoso.”
Funeral
O Papa Francisco aprovou uma reforma que simplificou os rituais funerários de pontífices cinco meses antes de sua morte. A mudança passou a permitir que o sepultamento dos corpos seja feito fora do Vaticano. Francisco será enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e não nas grutas sob a Basílica de São Pedro, onde a maioria dos papas está enterrada.
A medida quebra uma tradição de mais de um século da Igreja Católica. A última vez que um papa foi sepultado fora dos portões do Vaticano foi em 1903, com o enterro do papa Leão XIII. O desejo de Francisco de ser enterrado em Santa Maria Maggiore reflete sua veneração por um ícone da Virgem Maria que está localizado lá, o Salus populi Romani (Salvação do povo de Roma).
A reforma aprovada pelo papa também retirou a obrigação de que pontífices fiquem sob três caixões tradicionais de chipre, chumbo e carvalho. Agora, a urna de Francisco terá apenas uma estrutura de madeira revestida por zinco. Houve a eliminação da exigência de que o papa seja colocado em um caixão elevado na Basílica de São Pedro para exibição pública.
Os ritos fúnebres ocorrem em três partes, chamadas de estações. A primeira ocorre na capela privada do papa, após profissionais de saúde confirmarem a morte. Até recentemente, essa etapa acontecia ao lado da cama do papa.
Após o corpo repousar na capela, o cardeal que atua como camerlengo organizará o funeral. Ele também é responsável por administrar o Vaticano até que um novo papa seja eleito. O atual camerlengo é o cardeal Kevin Joseph Farrell, nomeado por Francisco em 2019. Como ocorre há séculos, o camerlengo chama formalmente o papa falecido pelo nome completo que recebeu no batismo — Jorge Mario Bergoglio.
Tradicionalmente, outro rito antigo também acontece após a declaração da morte do papa: a destruição do anel papal. Cada papa usa um anel feito sob medida com a imagem gravada de um homem pescando de um barco, uma referência ao evangelho de Mateus, onde Jesus chama São Pedro de “pescador de homens”. Esse Anel do Pescador, com o nome do papa gravado sobre a imagem, poderia ser usado como selo em documentos oficiais. O camerlengo quebrará o anel de Francisco e destruirá o selo com um martelo ou outro instrumento, para impedir que outra pessoa o use.
Os aposentos papais também serão trancados, com entrada proibida — uma prática tradicional para evitar saques. O papa será vestido com sua simples batina branca e vestes vermelhas, e colocado em um caixão de madeira simples. Esse caixão será levado em procissão até a Basílica de São Pedro, onde ocorrerá a exposição pública do corpo pelos três dias seguintes.
Durante esse período, o corpo do papa ficará em um caixão simples e aberto, para enfatizar o papel humilde do papa como pastor, e não como chefe de Estado. Anteriormente, o corpo ficava sobre uma plataforma elevada chamada catafalco, prática encerrada no funeral do papa Bento XVI, feito em janeiro de 2023.
Bento XVI também foi o último papa a ser enterrado nos tradicionais três caixões — de cipreste, chumbo e olmo. Dois desses caixões continham documentos sobre seu pontificado; o primeiro também abrigava três sacos de moedas — ouro, prata e cobre — representando cada ano de seu pontificado.
No funeral de Francisco, após a exposição pública, um pano branco será colocado sobre seu rosto, enquanto ele repousa no caixão de carvalho — uma tradição que continua nos funerais papais. Mas esta será a primeira vez que apenas um único caixão será utilizado. Provavelmente, conterá um documento descrevendo seu pontificado e um saco de moedas referente ao seu tempo como papa.
A Missa fúnebre será celebrada em São Pedro, provavelmente dentro da basílica, por causa do clima, e é provável que haja uma multidão de fiéis do lado de fora, reunidos na praça.
Missas continuarão sendo celebradas em memória de Francisco por nove dias após sua morte — um período chamado de Novendialis. Esse ritual foi inspirado em uma tradição romana antiga que previa um período de luto encerrado no nono dia após a morte.
Papados anteriores foram sepultados em vários locais. Até a legalização do cristianismo no Império Romano, no início do século IV, os papas eram enterrados nas catacumbas, os cemitérios nos arredores de Roma. Depois disso, os papas passaram a ser enterrados em diferentes locais, como a Basílica de São João de Latrão — a catedral oficial de Roma — ou outras igrejas dentro e fora da cidade. Alguns chegaram a ser sepultados na França, durante o século XIV, quando o papado foi transferido para a fronteira francesa por razões políticas. A maioria dos papas é enterrada nas grutas sob a Basílica de São Pedro, e desde o sepultamento do papa Leão XIII em São João de Latrão, em 1903, todos os papas foram enterrados em São Pedro.
No entanto, segundo os desejos de Francisco, deverá haver uma procissão por Roma até Santa Maria Maggiore, com o carro funerário e outros veículos levando as pessoas que participarão desse ritual privado.
Após algumas orações finais e a aspersão de água benta, o caixão será colocado em seu local definitivo dentro da igreja. Apenas mais tarde o espaço será aberto ao público para orações.
Com informações do Portal G1
Legado de benevolência
O Papa Francisco parte deixando um legado de benevolência para a Igreja Católica. Ele que fez sua escolha, preferencial, aos mais pobres e desamparados. Atuou em uma igreja em saída, tendo o cuidado com a Casa Comum (planeta Terra). Francisco enfatizou, por diversas vezes, que o acolhimento viria em primeiro lugar, não o julgamento. O Papa que por tantas vezes deixou ir a ele as crianças, os jovens, os adultos e idosos.
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