O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central resolveu, nesta quarta-feira, 02 de agosto, reduzir a taxa básica de juros (Selic) de 13,75% para 13,25%. Isso representa uma queda de 0,5%. Havia duas propostas de redução: uma, queria que a taxa de juros ficasse em 13,50%. A outra, fixaria a Selic em 13,25%, opção que prevaleceu entre os membros do Comitê. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi um dos que concordaram com a redução na nova faixa. Ele vinha sofrendo uma série de críticas por integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por causa das frequentes decisões do Copom em não baixar os juros.
Esta foi a primeira vez, em três anos, que a taxa Selic sofreu corte. A última redução aconteceu em agosto de 2020, no período mais crítico da pandemia de coronavírus, quando os juros caíram de 2,5% para 2% ao ano. Segundo o Copom, a decisão de reduzir a taxa de juros é baseada na melhora do cenário de inflação no Brasil. Em comunicado, feito após a reunião, o comitê também afirmou que o corte na Selic está atrelado à queda de expectativas de inflação por mais tempo, depois que o Comitê Monetário Nacional (CMN) resolveu reduzir a meta de inflação. Isso fez, segundo o Copom, o mercado financeiro recuperar a confiança no ritmo econômico do país.
A decisão de reduzir a taxa de juros para 13,25% também deve abrir novos empregos no Brasil, disse o comitê. Foi destacado, ainda, que, nas próximas reuniões, cortes da mesma proporção desta quarta-feira na Selic podem ser feitos. Mas o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfatizou, ao longo dos últimos tempos, que manter os juros em 13,75% foi importante para controlar a inflação. Ele entrou em linha de confronto com Lula, que cobrou reduções. O presidente da República e aliados do governo argumentavam que o índice anterior da Selic prejudicava o crescimento da economia no país.
Agora, a decisão do Copom repercutiu bem entre os governistas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, após a reunião, que a decisão foi fruto de diálogo. O ministro também revelou algumas perspectivas para a equipe econômica do governo. “Temos um compromisso de combate à inflação e um compromisso, também, com a responsabilidade fiscal. A inflação está controlada e a economia vai começar a se replanejar para um Brasil de desenvolvimento, dos pontos de vista fiscal e social”, disse Haddad.
Leonardo Henrique
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