Depois do registro de um ataque a uma creche particular, em Blumenau (SC), na manhã dessa quarta-feira, 05 de abril, que deixou quatro crianças mortas e outras pessoas feridas, o Ministério da Educação (MEC) anunciou uma série de medidas para a prevenção de violência nas escolas brasileiras. Entre as providências, está a construção de um Grupo de Trabalho para debater as soluções de possíveis ataques, além da parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, para o envio de recursos de fortalecimento da ronda escolar.
Nessa quarta, a Creche Bom Pastor foi invadida por um homem de 25 anos, que armado de uma machadinha, matou quatro crianças, com idades de 4 a 7 anos. O suspeito do crime pulou o muro da unidade e golpeou os menores na cabeça, além de deixar outras quatro pessoas feridas. O homem se entregou à polícia depois de cometer o crime, e, de acordo com a Polícia Civil catarinense, ele já tinha passagens por lesão corporal e envolvimento com o tráfico de drogas.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que, após uma reunião de emergência com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o grupo interministerial se reuniria na manhã desta quinta-feira, 06 de abril, para apontar as definições de experiências e adotar políticas que combatam a violência, especialmente, no meio educacional. “Tudo isso é fruto do estímulo à violência, do estímulo às armas, à intolerância. É um processo que deve envolver a sociedade inteira. É uma preocupação do presidente Lula, e nós vamos fazer uma reunião com as equipes dos ministérios, para discutir medidas importantes, como a ronda escolar. O Brasil precisa reagir e se indignar com esse episódio lamentável”, disse Camilo.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também anunciou que a pasta fará o repasse de R$ 150 milhões, aos estados e aos municípios, para que invistam na segurança das escolas. Outra ação do governo federal diz respeito à ampliação do número de agentes da Divisão de Operações Integradas (DIOP), que passará de 10 para 50. O sistema monitora possíveis ataques na deep web, uma espécie de camada mais profunda da internet. Dino ressaltou a conjuntura dos ministérios diante do problema de ataques escolares: “No nível ministerial, vamos tratar da dimensão imediata, cuja parte já foi feita pelo presidente da República, prestando solidariedade; as medidas de segurança, em apoio aos estados e municípios; e o debate sobre a política nacional. O que estamos fazendo é a ampliação de um grupo (DIOP) que já existe, em face das novas ameaças”.
O ataque em Blumenau acontece menos de 10 dias depois de outro caso de violência em escolas no Brasil. No último dia 27 de março, um adolescente de 13 anos matou, a golpes de faca, uma professora de 71 anos, na Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona Oeste de São Paulo (SP). Outras três pessoas também ficaram feridas, entre elas, um estudante da unidade.
O presidente Lula lamentou as mortes das crianças no ataque e condenou a ação criminosa. “Todos nós ficamos enojados com essa figura, que parece ser humano (sic.), mas que cometeu uma monstruosidade. Todos nós, que somos pais, avós, mães e tios, jamais imaginávamos que pudesse acontecer. Essa figura, que não tem nada de humana e deve ter vindo do planeta do ódio, teve a pachorra de matar as crianças. Não tem palavra que possa confortar uma família que perde um parente, mas que é importante um gesto nosso de homenagem a essas famílias”, afirmou Lula.
Leonardo Henrique
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