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Dois mil e vinte e três, o ano em que pais choraram pelo sangue de estudantes derramado por uma violência que não começou da noite para o dia.
O vermelho banhou nossas escolas. Infelizmente, isso não é fruto de um suposto “joguinho de internet”, mas de uma cultura de ódio e de morte disseminada pelo país ao longo dos últimos anos. O mal não foi criado pelas mídias, mas conheceu o seu poder e dele se utilizou para alcançar seus objetivos.
No século passado, alguém decidiu matar judeus e ainda conseguiu fazer milhões acreditarem que aquilo era certo. Hittler conheceu esse poder e usou-o terrivelmente a seu favor. Anos se passaram e os alemães superaram essa chaga. E nós?
Nós, tragicamente, subestimamos a maldade. Subestimamos uma ideologia neonazifacista que começou a se difundir e ganhar força, acelerada pela internet, tratada como terra sem lei. Discursos de ódio, intolerância, racismo, lgbtfobia. Como tudo isso foi subestimado por nós e pelo poder público?
Ideologias extremistas disseminadas, sobretudo, na internet, atingiram nossos jovens, cuja personalidade está em construção. Mas, principalmente, elas atingiram aqueles que não são amados.
A escola, que deveria ser local do exercício da criticidade, foi atacada por uma política de desmonte. Novo Ensino Médio? Proporcionar que o estudante não filosofe e não se lembre do passado de seu povo não tem nada de novo. Foi assim nos períodos mais sombrios da nossa história, e o fim nós conhecemos: guerras, ditaduras, bomba atômica, genocídio.
Onde a escola não conseguiu chegar, onde os pais não conseguiram chegar e onde o poder público não preveniu, o mal se antecipou e a consequência é o que vemos agora.
Todos esses ataques que viraram notícia não podem ser passageiros em nossa memória. Que o Estado, a Família e a Escola possam adiantar a boa hora para o jovem, porque, depois, pode ser tarde demais.
Denilson Rodrigues
Written by: Radio
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