Em meio a graças e louvores, os fiéis da Diocese de Crato-CE, celebraram uma das festas mais importantes do calendário católico, na última quinta-feira, 16 de junho. A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, depois de dois anos, voltou a ser realizada com a plena participação do povo de Deus.
A palavra corpus christi vem do latim e significa corpo de Cristo. A festa faz memória da instituição da Eucaristia, realizada por Jesus Cristo, na última ceia, antes de sua paixão. A data da celebração é móvel, foi instituída no ano de 1264, pelo Papa Urbano IV, a ser celebrada na quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade. A procissão, realizada pelas inúmeras ruas do mundo, recorda o caminho que foi trilhado pelos filhos de Israel, no deserto, enquanto buscavam pela terra prometida de Canaã. De acordo com o livro do Êxodo, quando os israelitas sentiram fome, Deus os alimentou com o maná, descido do céu.
Pão e vinho, transformados no Corpo e Sangue de Cristo, é um mistério que somente a fé explica. “Mais do que entender, nós somos chamados a alimentar a nossa fé, o que nós podemos sentir na nossa vida, olhando para o evangelho, é que quando as pessoas tiveram fome do pão material, Jesus as alimentou, abençoando o pão, saciou a todos”, foram as palavras do pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Padre Cícero Oliveira, durante a missa que presidiu na tarde de ontem, no Santuário dos salesianos.
“A Eucaristia é a fonte de vida e da missão da Igreja, sem Eucaristia não conseguiremos ser Igreja, sem ela iremos caminhar perdidos no deserto da vida, pois somente ela nos dá forças”, assim declarou o Bispo Diocesano de Crato, Dom Magnus Henrique Lopes, em Missa celebrada no Santuário Eucarístico Diocesano.
A pandemia de COVID-19, durante dois anos, impediu que muitos devotos se reunissem para celebrar a Eucaristia. No entanto, nas sedes das paróquias e nos grandes templos, ainda que de forma virtual, a celebração não deixou de acontecer. Já nas comunidades rurais, a realidade não foi vivida da mesma forma. “A celebração de Corpus Christi foi um marco de retorno para nossa comunidade, principalmente, por não termos vivenciado esse momento desde 2019”, afirmou Leandro Carvalho, coordenador da comunidade do Sítio Planalto. A capela São João Bosco acolheu o salesiano Pe. Laércio Barbosa, que presidiu a Santa Missa e conduziu a procissão com o Santíssimo Sacramento rumo à capela São José, no Sítio Popô.
Na Santa Sé, a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo foi presidida pelo arcipreste da Basílica de São Pedro, o Cardeal Mauro Gambetti. Ele é o delegado do Papa Francisco, responsável por cuidar da vida espiritual da Basílica e do Vaticano. Por motivos de saúde, o Santo Padre não pôde participar da celebração e da procissão de ontem, mas não deixou de recordar a festa. “Que a Eucaristia, mistério de amor, seja para todos vocês, fonte de graça e de luz que ilumina os caminhos da vida, sustento nas dificuldades e conforto sublime no sofrimento de cada dia”, assim disse o pontífice, durante a audiência geral, realizada na última quarta-feira, 15 de junho.
Muitas são as pessoas que, anualmente, se dedicam à organização da festa de Corpus Christi. Francineide Valeriano, coordenadora dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão (MESC), também da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, foi uma delas. “O sentimento que brota em nossos corações é de gratidão a Deus, por nos conceder a graça de vivermos esse momento tão forte em nossa vida, em nossa missão”, expressou. Para ela, ver o próprio Jesus (sacramentado), passeando no meio do povo, “nos dá a certeza de que não estamos sozinhos”.
Denilson Rodrigues
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